terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Meu Brasilzão #1



O vídeo acima é de uma agressividade cômica, inegável. O fato é que só é engraçado por é uma gorda dançando. Talvez a piada maior é que nós, brasileiros aceitemos o funk carioca como parte da nossa cultura, achemos bonito ver a mulher dançando pelada, sendo vendida (e da gordinha, a gente ri*).

Não que isso seja tipicamente brasileiro, pelo mundo afora a gente também vê a imagem da mulher sendo vendida, reificada. Acontece que só no Brasil é que quando se critica esse tipo de coisa nós temos que ouvir que é preconceito, que o funk carioca é uma manifestação cultural como todas as outras e merece respeito.

Quem desrespeita não merece respeito. Foda-se o funk carioca, manifestação cultural de merda. Eu lembro que era muleque quando apareceram aqueles funks que todo mundo lembra, tipo Claudinho e Buchecha, ou ainda antes:



O cara era fanho, tinha uma voz horrosa, a parada era super mal produzida, mal gravada, mas não agredia ninguém. Ninguem precisou "dar o cu de cabeça pra baixo" pra fazer sucesso, e olha que era uma merda.

Esse post não é um post sobre moralidade. Dá o cu de cabeça pra baixo quem quiser. É um post pra lembrar que quando se age de uma maneira, se reproduz um jeito de ser, uma relação social e cultural. Patrocinar um "estilo musical" que vende a idéia da mulher como coisa é aceitar que a mulher é uma coisa. E coisa pode ser comprada e vendida.

Ei, você, funkeiro. Pago duas pila na sua mãe, pode ser?


*nota: Gordo fazendo qualquer coisa é engraçado.

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